Nicolau II da Rússia tinha uma vida luxuosa enquanto 85% da população russa passava fome. |
“Um terço do país se
encontra submetido a um regime de vigilância especial, isto é, fora da lei. As
forças policiais, sejam visíveis ou secretas, aumentam dia a dia. Nas prisões e
nas colônias penais, além das centenas de milhares de criminosos comuns, há uma
enorme quantidade de condenados políticos, e agora ali se encontram até mesmo
os operários. [...] As perseguições religiosas nunca foram tão frequentes nem
tão cruéis. Em todas as cidades e centros industriais, agrupam-se tropas
enviadas, de armas nas mãos, contra o povo. [...] Apesar do orçamento do
Estado, que aumenta de maneira desmesurada [...], essa intensa e terrível
atividade do governo acentua de ano a ano o empobrecimento da população
agrícola, isto é, os cem milhões de homens sobre os quais repousa a potência da
Rússia. Por esta razão, a fome agora é um fenômeno normal. O descontentamento
geral de todos os grupos sociais e sua hostilidade para com o governo também
são um fenômeno normal.”
Carta do escritor Leon Tolstoi ao czar Nicolau II,
16 de janeiro de 1902. In: SALOMONI, Antonella. Lênin e a Revolução Russa. 2.
ed. São Paulo: Ática, 1997. p. 16-17.
O monge Rasputin